SER POETA É...

©Sicouza

Ser como o sal da terra

Que salga,

que salva e conserva;

Ser como a relva que molha

E apaga das flores

a sequidão do dia anterior,

Ser como o Sol que seca ardente,

Os excessos da chuva de inverno persistente,

Que faz brotar flores e frutos,

Pra alimentar toda esta gente

Aqui e acolá,

nos confins da terra;

Ser como água que brota do chão

E corre formando riachos, regatos

Que matam a sede do seres viventes,

Sem importar-se

se fêmeas ou machos;

Somos os espúrios e pobres,

Ditos seres infortunados,

Por trazer no coração e na alma

A chaga que nos faz

ser uma casta

De homens e mulheres apaixonados!

Cheios de amor

e paixão pela vida,

Ainda que a dos outros,

Pela natureza,

Ainda que não seja a nossa

E finalmente somos cognominados

De filhos da lua

por trazer no nosso íntimo

A luz que clareia,

que afaga os sonhos

E os faz perceber que a vida não é

Um mar de amarguras

mesmo que o amor

Que se pretendeu nos deixou na rua

E com outro foi viver,

Pois é sofrendo por amor

Que fazemos a vida renascer!

Sicouza
Enviado por Sicouza em 27/03/2006
Código do texto: T129397