Cadê você?

Há duas quadras para casa e meu corpo desacelera,

Diminui o ritmo frenético da sexta-feira caótica.

A mente liberta volta-se a mim

E me traz as delícias da última noite.

Mais uma daquelas maravilhosas noites

Com você em meus braços,

Seu corpo aconchegado no meu,

Seus braços envoltos em mim, carinho.

Sua boca molhada me levando ao delírio,

Perdido em você, no calor do seu corpo,

Louco, entorpecido, descontrolado.

Pouco dormir, muito amar.

Abrir os olhos, encontrar você ao meu lado

E comprovar com os nossos corpos o amanhecer comum,

O iniciar memorável de um dia qualquer.

Ter você flutuando pela casa,

Se arrumando, se enfeitando, me encantando.

Mas abri a porta, às minhas costas a cidade em alvoroço

Todos eufóricos querendo chegar em casa,

Outros se preparando para a diversão.

À minha frente, a casa vazia.

Tudo quieto, escuro, sem movimentos.

Silêncio terrível!

As cobertas ainda jogadas como deixamos,

Pela casa, paira nosso amor.

Tenho seus rastros,

Sinto seu cheiro,

Procuro você,

Mas você não está.

Onde está você?

Onde está seu carinho que tanto me acalma?

Onde está seu sorriso que tanto me alegra?

Onde está seu olhar que tanto me encanta?

Onde está seu corpo que tanto me chama?

Não há o que ser feito,

Não há ânimo,

Não há razão,

Não há nós!

Venha travesseiro,

Dê-me colo, dê-me consolo,

Enxugue minhas lágrimas.

Acalme meu coração

E me prometa que um dia ela voltará para não mais ir.

Promete?

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