Quadro sem cor

As flores da dor me cegaram para a poesia,

Fazendo todas as imagens rodarem sem foco,

Causando estranheza e êxtase sobre o desconhecido.

Pecado e sanidade se alimentam da minha dor,

Dançam voluptuosos e selvagens sobre os meus erros,

Fazendo com que a culpa chova dos meus olhos.

As noites insones e sem fim ficam á me acusar,

E todos os ouvidos amigos já estão cansados de mim.

Meu desgoverno e limitação sombreiam o dia,

E as cores do tecido da manhã vão desbotando aos poucos.

Meus porres homéricos me afogam em riso e dúvidas,

E toda escuridão transborda do meu ser.

Ao amanhecer estarei só defronte á este mar,

Estarei comigo de frente ao quadro sem cor da solidão.

Thiago Cardoso Sepriano

ThiagoCardosoSepriano
Enviado por ThiagoCardosoSepriano em 23/11/2008
Reeditado em 25/02/2009
Código do texto: T1298566
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