VIDA E MORTE LAMPIÃO

Foi em Pernambuco na cidade de Serra Talhada,

Que nasceu Virgulino, filho de José Ferreira e dona Purificação.

Sua sina ser bandido, seu destino Lampião.

Segundo conta a história, seu pai foi covardemente assassinado.

E ele em busca de vingança ficou muito revoltado,

Ingressando de uma vez na dura vida do cangaço.

Ainda no início da sua famigerada carreira,

Foi capanga do conhecido sinhô Pereira.

E pouco tempo depois, já comandava uma tropa inteira.

No decorrer de sua vida criminosa, fez incursões por quase toda região nordestina.

Saqueava ricos fazendeiros e de quebra desafiava a polícia.

Mas como sombras no seu encalço, seguiam as volantes mais destemidas.

Nas suas idas e vindas, pelas paisagens da caatinga.

O rei cangaceiro encontrou sua rainha querida.

Era à flor do cangaço, era Maria Bonita.

Na aridez do sertão, eita cabra intolerante! na terra dos coronéis ele era comandante.

Nas cidades e nos sítios, seus jagunços eram temidos.

Na cultura popular seu nome já era um mito.

Mas foi num dia medonho, em certo esconderijo, lá nas brenhas de Sergipe.

Foi logo nas primeiras horas matutinas, sob as ordens de um tenente. Que abriram fogo contra Lampião e seus ferozes combatentes.

Ah! que vida malvada, surpreendidos numa traiçoeira emboscada.

Não conseguiram escapar das balas da volante.

"Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come".

Acabaram com o seu bando, mataram o "capitão".

Levaram suas cabeças de cidade em cidade, como se fossem troféus.

Era o declínio do cangaço de forma dura e cruel.

Para alguns ele foi herói, para outros um perverso vilão.

Mais ainda hoje, Virgulino Ferreira é lembrado como o bandido mais afamado de todo sertão.

Vida e morte lampião.