Acto final...

Quem é não sabe, nem quer saber...

Mas, que importa se a vida lhe doe?

Se ele está privado de viver,

num sonho, que ela própria destroi...

Num ápice esta vida acabou;

Duas palavras , final do acto;

Nesse palco apenas ficou,

uns traços leves, do seu retracto...

E neste palco duro da vida,

vagueiam sombras e seu destino;

É agora eco da ferida,

numa ária louca...em desatino.

As luzes da ribalta apagaram;

Jazem os acordes do piano...

Todos os actores já se calaram

e a voz do silencio, é soberano.

É silencio o que sente na alma;

É a triste sorte do abandono,

já nem a ovação o acalma,

porque sente a vida, sem retorno.

Foi uma triste história de amor,

que em sonho, no palco foi contada;

Realizada e vivida sem dor

e o palco queda agora...sem nada...

Sines - Portugal

António Zumaia
Enviado por António Zumaia em 28/03/2006
Reeditado em 20/06/2007
Código do texto: T129960