ESCREVO SEM PENSAR

Como quem não atina, a pena desafina,

e entrega brancas palavras ao assovio do vento,

filhas de madrugadas insones, densos crepúsculos.

Sem pensar, liberto asas de crisálidas,

escrevo e vejo caminhos cósmicos,

escrevo e sinto silêncios íntimos.

Cospem-me n’alma as quimeras recolhidas...