Compasso do esquisito

Bate, compassado,

coração humano,

esquálido.

Chora olho,

chora na

angústia do passado.

Vida, dia novo.

Chove, noite morre.

Sai, de noite, o sol.

Manhã na lua escorre.

Do avesso do esquisito,

do zumbido do mosquito,

vem o doce de teamos.

Em cordéis de violões,

concentrados no prazer;

a verdade do que somos.

Todos num

e um contido.

De luz pintam-se

espaços escondidos

no infinito.

Do breu queimam-se

estradas de

galáxias e alívios.

Onde estou,

que não percebo?

Onde sei,

não sei se existo.

É lá onde visito

a clareza do bonito.

Lacrimeja, lacrimeja,

vento, de ondas, munido.

Entendo o que não sei parar.

De ser deus, do não querer

mais que o poder de poder

esperar nossa vida se matar.

Nos sinais de psicose

lúcida na razão

de esquecer o porquê

que se fez isso em vão.

Que são? -

não se perguntem.

Sabem todos,

são palavras,

nada além.

Não calem bocas,

ceguem olhos,

ou neguem perdão

a alguém.

É um só coração,

do ridículo piegas -

solução de pedantismo.

E que acaba por ser só,

no poema líquido e vívido,

carnes foscas

de meu peito tão falido.

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 24/11/2008
Código do texto: T1300327
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