DA PORTA...

Dou uma espiadela no céu...

E enquanto aconteço, uma onda ecoa da torre mais alta e curva produzindo outra nova visão de degrau entre duas bases.

São ganchos pontiagudos com vários tufos de célula se esfarelando...

Entregue, passo pelos cumes suspensos no temor existencial...

Todo altivo e sereno...

Bem vento...

Tão substancioso na maturidade de meia hora

Dou-me num corte ascendente e úmido,

Único na térmica individual,

E sangro...

Sangro no processo mais contínuo de transportação vertical:

Jogado eternamente para fora do sopro do ar...

Eis que então evaporo em bolhas arredondadas com fiapos despedaçando,

Torno-me horizonte e desapareço numa descendente finita,

Ao invés de afundar-me

Tempestade...

Suspiro, entro e fecho a porta.

Sempre varo nuvens como iscas de segredo

Pra fisgar estrelas sendo eu anzol

Mas, hoje ta um frio quente de dar medo,

Acho mesmo que vai é chover sol!

Tudo muito estranho...