Pescaria

De meu ventre pesco a vida,

em mares escuros mergulhada.

Rimo peixe com ave,

solto as asas,

preparo as escamas

e encaminho a nave.

Caio de boca

em água morna,

nem doce

nem salgada.

Levo no bojo

os meus anzóis

e a minha alma que,

de tão triste,

está quebrada.