Sol e Lua

O sol ardente, em fogo se faz

Incandescendo o espaço que o circunda

Emitindo uma luz que é fugaz

E a todo o planeta, ela inunda...

Um raio prateado se insinua

Espalhando-se pelo firmamento

Serena, permanece a Lua

Deixando aflorar seu sentimento

Sol e Lua, cada qual em seu tempo

Reina no espaço que lhe é próprio e natural

Ambos se descobrem em contato desatento

Deixando que aconteça algo muito especial

E como se fosse um ritual

Numa constante, buscam-se irresistivelmente

Um impulso antigo, secular...

No entanto o destino que os espreita, parcial

Sem pudor decidiu irreverente

Que aos dois iria separar!

Não se importou com a tristeza

Que a ambos ele impôs

De modo tão definitivo

Decidiu sem estranheza

Que o encontro poderia vir depois

Caso se tornasse imperativo...

Assim os dois se contentam

Em encontros acidentais

Conforme a vida oferece

No céu ambos se orientam

Junto aos astros siderais

Unindo-se como em prece...

E mesmo em face ao destino

E a incerteza a rondar

Contentam-se sem razão

Ele moleque, menino

Ela que adora brincar

Ambos vibram na emoção

Tão sábia é a Natureza

Em seu curso milenar

Numa lógica toda sua...

Polvilha de encanto e beleza

Na imensidão estrelar

O encontro do Sol e da Lua!

Priscila de Loureiro Coelho
Enviado por Priscila de Loureiro Coelho em 26/04/2005
Código do texto: T13207