VERMES
Vermes
Quais os deuses olharão pra te!
Cidade nua.
Cidade suja.
Cidade onde o coiote passeia livre.
Cidade minha...
Só a mim, eis plena.
Vejo-te vendida,
E teus pais, criança,
Vende-te pro tão pouco.
Mas de tudo...
De tudo!
Até desse abismo onde minha consciência
E tuas palavras pode se chocar.
Até desse infortuno que os céus
Descarregue sobre o homem.
Até pela dor que os homens, como animal,
Causam no absurdo de suas ignorâncias.
De tudo o pior, são os vermes!
São os vermes, que como pragas
Estão em todas as partes.
Comissionados, são estes vermes.
São os vermes que estupra a moral,
Como imorais são festejados.
E estão nos bares.
São os vermes, que silenciosamente conrrope
O bom que está da cidade ainda dá.
São os vermes, que como mofo
Estão pelas paredes dos quatro cantos da cidade.
São vermes com nomes em ruas,
E sobrenomes nos calendários dos anos
Quase sempre iguais.
São vermes... Cobras!
Que está há espera.
Findai-vos, malditos!
Está cidade é minha.