Grito!!
Não calo!
Esta ânsia, que não me deixa
Dá-me ganas de gritar.
Por tão perene que me invade
Assim sonhada e profana,
Obriga-me a esmolar,
Percorre meu ser,
Dos pés à minh’alma insana,
Meu fado, jaz acalentado…
Cala-me o desejo,
Nesta vida mundana,
Dá-me apenas um beijo,
Para matar saudades…
Este momento, que sei…
Nunca o viverei
Por isso, calo!
Para ler nos dois sentidos.
© Luís Monteiro da Cunha
2005-12-26