UM POEMA PARA O SEUPOEMA

["Dorme teu sono de poeta

Sonha teus sonhos de amores

Enquanto eu vigio o canto da cotovia..."

(Fernando Tanajura Menezes)]

Tão simples o poema...

Três linhas:

poucas palavras,

muito sentimento.

O poema que chegou

na hora da minha dor,

quando eu precisava fugir

dos sonhos, das fantasias,

de amores e de alegrias,

para mergulhar, sem rumo ou norte,

na realidade da morte.

O poema que gritou mais alto

que tantos poemas e prosas

que você criou vida afora.

O poema que suscitou

fantasias e bruxarias.

O poema que me mostrou

como sou frágil, carente,

e gente.

O poema que revelou

exatamente o seu tamanho,

que não tem medida,

nem números que o delimitem,

nem palavras que o descrevam.

Depois desse poema

você não tem mais mistério,

por mais que multiplique as faces

que sempre me confundiram.

Importa-me apenas a alma

que não se fantasia,

nua na sua verdade,

livre na sua poesia.

Sal
Enviado por Sal em 03/04/2006
Código do texto: T132877