Sonhos mortos

No horizonte incerto dos meus dias

as horas frígidas se aproximam novamente...

Em mim tudo se prolonga abusivamente

e minhas frustrações tornam-se imensas...

Há tempos, muita coisa vem perdendo o sentido

e quando não se alimenta o sonho, ele perece.

Finjo não sentir o odor dos sonhos mortos,

mas eles se amontoam e apodrecem em mim.

Que estranheza!

Sinto uma necessidade ferina

de que a felicidade possa

neste instante tocar a minha porta.

Por que não a toca?

O silêncio que muitas vezes

calou a elegância das vontades

agora simplesmente me cansou.

Resta-me então desocupar

essa garganta envenenada de uma só vez

e cuspir os falecidos sonhos descabidos.

Ah! Não quero mais as desventuras,

os sonhos mortos, as amarguras...

Quero ser feliz agora!

Alguém pode me dar esse presente?