Caixinha de Retalhos
Na caixinha azul há um poema mudo
que não se lê com os olhos,
mas com o "coração"*.
Nela se compõem todas as palavras,
as larvas d'uma sobrevida
de sonhos e pretéritos.
Na caixa há uma mulher amadora
que escreve sob a surdez do amor
e a cegueira da vida.
Lenita Gonçalves
* sugestão de Nina, na substituição da palavra anterior.