FELICIDADE

Essa felicidade me invade. Covarde!

Ludibria minh’alma vazia. Inebria

Sem estampa, me espanta e se agiganta

Seduz e emanando luz, me conduz

Como inocente criança, que tem a esperança

De ficar com o brinquedo, sem medo

De ter que dormir cedo

Ela encolhe e pelas mãos escorre

Como uma massa mole, disforme

Que precisa ser sovada, acariciada

Para em seguida, ser extorquida

E então renascer e voltar a crescer

Transmutada e de novo consagrada

E nesse vai e vem, eu fico bem

Deixo o tempo correr e me deixo viver

Ser feliz é tão tátil e às vezes, volátil

Que agora eu só quero e me esmero

Em seu peito adormecer e esquecer

Que é preciso primeiro viver para depois morrer

Luazul
Enviado por Luazul em 17/12/2008
Reeditado em 17/12/2008
Código do texto: T1341172
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