Eu Nela Vivo

era homem

de três

desejos:

igual a uma

gaivota

sem prumo.

o primeiro,

cheio de

simplicidade,

virou rotina;

o segundo,

de sagrado,

virou obrigação;

o terceiro

de vago,

virou realidade.

e, assim,

o povo

me chamava de

zé rotina,

por não ter

o que queria,

e ter

de sobra

o que nunca me

faltou.

virei papel velho,

de embrulho,

e passei de

mão em mão,

até casar

com quem

nunca quis.

assim,

a rotina me afagou

de tristeza,

e a mulher me abafou

de me deixar,

sempre que tinha

lá certeza de

estar com ela,

juntinho.

uma história

de amargar!

e vivo

eu nela!

sofro porque tenho!

sofro porque me falta !

e, ainda,

me batem,

com fresca lenha !

José Kappel
Enviado por José Kappel em 05/04/2006
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