Poesia de geladeira

Grudada está

em mentiras

e em medos tão

inaudíveis e sem porquê.

Naquele objeto há

palavras que transcendem

o ritmo e o acorde

de palavras mal ditas

na hora exata.

Há de se convir,

pois, que nada foi

ou veio no compasso

de idéias vagabundas.

Criam-se imagens

e teu rosto,

que eu hei de esquecer

apenas esta noite.

Não cantarei, taciturno,

dores que não existem.

Tampouco deixarei a lágrima

vadia em meus olhos tão vulgares.

Sou de palavras

e dos sons;

alma esquálida

de poeta.

Este poetar

canto comigo,

só hoje,

no esquecer tão fino,

rasgado e fiel a

meu peito.

Afastado sou

de tudo e de todos.

Anacoluto ou partícula -

câncer da existência

normalítica.

Cá me sinto gélido,

sem quem da qual

não me recordarei.

Erros e acertos.

Do que sou feito?

Não sei,

mas é algo que se tinge.

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 19/12/2008
Código do texto: T1343524
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