ARREPIOS E ARREPENDIMENTOS (*)

Verso vermelho escrito

Em tua coxa de neve

Joelho sobre tijolos

Joelho sobre joelhos

Teu gosto de “ouro puro”.

Cálida, gélida, vem!

Destemperada poesia.

Na catedral do desejo

Parece que vejo (e vejo!)

O recomeço do beijo.

E é poesia o que torna?

Ou vida que vai-se embora?

Ou morna onda sonora

Da branca tez que se ignora

Signora da minha tez?

Que nada!

Engano, demora, charme

Da carne morta de medo

No verso refugiada.

(*) Publicado originalmente n’ O Velho Testamento, ed. do autor, 1988.

Nelson Oliveira
Enviado por Nelson Oliveira em 06/04/2006
Código do texto: T134696