A fala

O que tem no dia, mesmo que pouco,

A noite repete, a noite reflete.

O terreno é espaço vago -

Um planeta no meio -

Tudo no vácuo.

Caprichos de par.

Tem olho, pata e pêlo de bicho.

Girando no teto, roda de vento.

Cadernos, borrachas, cobertores.

Mas a mulher ancorada, já coroada

Se lança nas cordas da estrela

E salta o planeta do meio

Metade buscando...

É a Lua, nua, rainha tua

Reflete, se olha, vê Sol.

Distante, o coração fica cinza

E a fala, roxa saudade.

Joana de Alencar
Enviado por Joana de Alencar em 22/12/2008
Código do texto: T1349153
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.