Pela madrugada

Vou envolver-te dentro de um verso

Pra que nunca mais saias de mim

Enroscarei teu corpo sedento

Em frases que não tenham fim

Te darei de beber sonetos abertos

Para que nas estrofes tu possas me fazer

Preenche meus braços desertos

Aperta-me com a mesma vontade de escrever

Quero sentir tua escrita me envolvendo

Quero ser a rima cheia que tu queres

Vou te fazer delirar amanhecendo

Sem que precises de outras mulheres

Dou-te minhas mãos insanas

Toma para ti minhas letras sorrateiras

Deita na minha cama de espinhos

Me deixa acordada a noite inteira

Sente a inspiração forte e sonhada

Rouba-me o sono e a memória

O que sou eu sem ti na madrugada

Sou poeta pobre e sem história.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 23/12/2008
Código do texto: T1349644