Perdão

Algo morno revira entre cinzas

esquecidas no acaso da história

tão comum entre as tais que demais

Inda vagam no mundo esquecido.

É a palavra em ressurreição...

Profanei sua essência sim, quando

Eu tingi de umas letras aquilo

que se tinha por si castidade:

Suas Folhas tão brandas, na busca.

É o tal êxtase em versos claros!

Maculei seu sagrado conjunto,

E foi quando extirpei frases feitas

Procurando deitar meus poemas

Bem ao fundo de fôrmas de bolo.

Nestas formas fazias que em vão,

quis desenho em contexto imitando

Seus amantes, porém eu jamais

Poderia se, pois tão perfeito.

Sou apenas o acaso que escreve,

Só um caso já findo de alguém

Que compôs tão feroz, tão ferido

bem enquanto reinava a bonança.

Infiel no teu templo em vogais,

Consoante, talvez, nestas horas

Que me cercam, e as honras se vão.

Vou tentar já não mais misturar

A sintática cruz que lhe faz

tão melódica estrofe estado

Numa vã tentativa, desprezo

de alcançar o seu perdão por um dia

eu voltar a tingir de outras letras

Suas folhas tão brancas, tão suas

com meus versos já frios, tão feios.

Amargo
Enviado por Amargo em 23/12/2008
Reeditado em 23/12/2008
Código do texto: T1350265
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