Perdão
Algo morno revira entre cinzas
esquecidas no acaso da história
tão comum entre as tais que demais
Inda vagam no mundo esquecido.
É a palavra em ressurreição...
Profanei sua essência sim, quando
Eu tingi de umas letras aquilo
que se tinha por si castidade:
Suas Folhas tão brandas, na busca.
É o tal êxtase em versos claros!
Maculei seu sagrado conjunto,
E foi quando extirpei frases feitas
Procurando deitar meus poemas
Bem ao fundo de fôrmas de bolo.
Nestas formas fazias que em vão,
quis desenho em contexto imitando
Seus amantes, porém eu jamais
Poderia se, pois tão perfeito.
Sou apenas o acaso que escreve,
Só um caso já findo de alguém
Que compôs tão feroz, tão ferido
bem enquanto reinava a bonança.
Infiel no teu templo em vogais,
Consoante, talvez, nestas horas
Que me cercam, e as honras se vão.
Vou tentar já não mais misturar
A sintática cruz que lhe faz
tão melódica estrofe estado
Numa vã tentativa, desprezo
de alcançar o seu perdão por um dia
eu voltar a tingir de outras letras
Suas folhas tão brancas, tão suas
com meus versos já frios, tão feios.