Umbrais
Cruzo os umbrais dessa vida
Mas ainda a morte não me encontrou
Lanço um olhar para o além
E o que contemplo é como art nouveau
Vejo espíritos sem a carne
Leves, como que soltos no ar
Não dispõem do corpo físico
Onde a gravidade possa lhes pesar
Reconheço-os como meus filhos
Criados da minha imaginação
Nascidos dos meus pensamentos
De amor, bondade, verdade e gratidão
Vejo porém alguns outros
Asquerosos, lhes falta educação
Não os desejaria como vizinhos
Na morada eterna da evolução
Posso porém os reconhecer
Por que meus filhos também são
Filhos do ódio, do ciúme e do egoísmo
Que por vezes povoaram meu coração
Sei agora que maus sentimentos
Podem gerar um futuro em vão
Por sorte ainda estou vivo
Para mudar esse padrão
Peço então a Jesus Cristo
Que ore por mim como um irmão
E implante novas e construtivas idéias
De amor, amizade, lealdade, saúde e união
Tenho agora a certeza
Que meus pensamentos se concretizam
Procurarei vigiá-los como um tesouro
Para que ao cruzar o umbral, sinta orgulho dos meus filhos