Trouxeste a Chave?
Encontrei-me absorto em minhas próprias divagações
Como pude permanecer tanto tempo preso em mim mesmo?
Essa porta de aço que há entre meus pensamentos corretos e levianos,
Essa minha vontade gritante de gritar e transformar em eco
As angústias sentidas por não saber a resposta.
Ora!
Se sou aquele que não se encontra perto do limite que estabeleceu?
Claro que não! Há muito fui pra bem longe do que procurava.
E, enquanto procurava, percebi que não deveria ir atrás,
Afinal, tudo estava ao meu lado. Portanto, nada mais errôneo
Que persistir na loucura de minha jornada sem nexo algum.
Mas, de tanto não procurar, de tanto me fazer distante
De meus próprios pecados,
De tanto sonhar com o dia em que sentiria novamente
O sabor do esquecimento,
Encontrei aquilo que tanto evitava: Minha história.
Minha vida passada contada em versos
Que causaram arrepiamento por todos os pêlos de meu corpo.
“Por que tentei esquecê-la?”. Não tenho pra onde ir,
Tudo isso irá me perseguir.
Não tenho como mudar e fazer novas alegorias e enfeites,
Jogar confetes, lançar perfume...
Sou aquilo que não queria saber, sou eu mesmo.
Joga essa chave no mar ou leva ela consigo, por favor!
Não quero acreditar que não posso fazer nada pelo que já passou.
Tentei esquecer, pronto! Já não é o bastante abrires meu baú
De “perguntas-sem-resposta” perguntando sobre tudo?
Então! Passa a chave e tranca, arremessa para que nunca mais,
Ninguém, possa encontrar e procurar saber de tudo aquilo que fujo.
Guarda a minha história consigo e muda meu nome, caso queira contar.
Só faça com que isso não volte mais a perturbar meu sono.
Thiago di Freitas