Versos Podres

Meus versos são podres

Sob o olhar desse tempo

Pela análise desse momento

Meus poemas cristalinos

Tornam-se turvos

Os olhos dos meninos, rubros

E os nossos destinos, confusos...

Não é chegada a hora

De medir palavras

Com uma trena rude sem graus

Escada sem degraus

A escalar a torre da dissidência...

O que era livre, tornou-se lugar-comum

O que era cativo, tornou-se obsceno

O grão de pólen divergiu-se da flor

Abrindo mão do esculento néctar

Que tanto o nutria

E dava-lhe o sustento

Do ocaso à borda do dia.

Paulino Pereira Lima
Enviado por Paulino Pereira Lima em 30/12/2008
Código do texto: T1360371
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