Quando a vida começa

Enfim, encontrada a realidade dos dias grandes,

assim podemos, finalmente, sentir-nos pequenos!

Por-se no lugar, reduzir os dentes da arrogância.

O mundo sente muito mais que a inteligência.

Um gigante comum pisa, em muitas flores.

O reduzido sabe a importância de uma pétala.

Um grão tem forças menores, impossibilidades infinitas,

dono de uma sensibilidade incrível e sem rancores.

A minha humana insignificância; é passageira...

Porém, no mundo, renova-se a cada embrião.

Perdendo-se, após mais uma centenário de gigantes.

Queria ser como a natureza, renovar-se a cada chuva,

não queixar-me da intromissão alheia... Ser equilibrado.

(Apesar de todos os desequilíbrios que as cercam.)

Nem posso ser mais uma única pétala, ou grão,

menos ainda ser aquele temível gigante de antes.

Mas, o que serei a partir de então?

A certeza que alguns têm: é falsa.

Ferdinando Rodrigues
Enviado por Ferdinando Rodrigues em 31/12/2008
Reeditado em 31/12/2008
Código do texto: T1361220
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