Brisa

Você,

Uma entre dezenas de anjos agnósticos

Disposto a me fazer acreditar.

Cortinas de brisa

Tecidas por entre afagos,

Lábios de atritos surdos

Condensando palavras

E para si tomando seus sentidos.

O manto de ar que expulsa as violências de ontem e de hoje

Até que elas se encontrem e abracem como pétalas amargas,

Os meus lábios sobre as suas pálpebras e o meu beijo sobre o seu medo.

Tornozelos.

Passos firmes sobre os desníveis

O não se paralisar perante o cinzento

Uma espera enfim justificada.

Diz pra mim: por que estes ares de correção dos estilhaços,

Este mergulho numa esfera de imperfeições saudáveis

Onde entrelaçamos nossos compassos?

Deixa a resposta vir antes por dias,

que as palavras sejam só a fibra interna

do todo se construindo aos poucos.

Você,

A brisa fresca correndo entre as paredes

Deste tenro universo singular.

Rodrigo Fróes
Enviado por Rodrigo Fróes em 09/04/2006
Reeditado em 28/03/2014
Código do texto: T136520
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