Brisa
Você,
Uma entre dezenas de anjos agnósticos
Disposto a me fazer acreditar.
Cortinas de brisa
Tecidas por entre afagos,
Lábios de atritos surdos
Condensando palavras
E para si tomando seus sentidos.
O manto de ar que expulsa as violências de ontem e de hoje
Até que elas se encontrem e abracem como pétalas amargas,
Os meus lábios sobre as suas pálpebras e o meu beijo sobre o seu medo.
Tornozelos.
Passos firmes sobre os desníveis
O não se paralisar perante o cinzento
Uma espera enfim justificada.
Diz pra mim: por que estes ares de correção dos estilhaços,
Este mergulho numa esfera de imperfeições saudáveis
Onde entrelaçamos nossos compassos?
Deixa a resposta vir antes por dias,
que as palavras sejam só a fibra interna
do todo se construindo aos poucos.
Você,
A brisa fresca correndo entre as paredes
Deste tenro universo singular.