Com exclusividade

Rigor de inverno... Frio gélido!

Mês em que se plantam hortênsias, ainda se podam árvores.

Ventos fortes e jacarandás em confronto. Vergam-se alguns galhos.

Quase em duelo com o tempo, a noite trama um acordo de paz.

Ciosas do dever, estrelas executam o ritual ...guardam a rua deserta.

Da minha janela a tudo assisto.

Nas letras esqueço as intempéries... todas!

Casa vazia... a orquestra toca 'o silêncio'.

Ponteiros cumprem o compromisso... não descansam.

Fios (não os vejo!) mantêm-me prisioneira

da fala aveludada vinda nem sei de onde...

Surpresas tantas para um coração já sem nada.

Sentimentos tantos! Arrebatamento!

Chegaste!!!

Para ti - somente para ti, meu bem-amado! -

tributo toda a festa no meu mundo novo!

lilu

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Lavinsk Vetter, poeta de sensibilidade refinada, me deixou seu texto que, com a mais densa e bem urdida palavra poética, dá um brilho novo ao poema que postei nesta página. Agradeço muito lisonjeada o presente recebido. Leitores queridos, deliciem-se com a prosa poética de nosso parceiro nas letras:

"Com licença, preciso entrar... Aqui fora está muito frio e minha pele queima, meus passos alentam, meu olhar congela, meus ossos tremem. Por favor, preciso do aconchego daquele canto do canto da sua sala bem próximo da sua lareira, do lado daquele vaso sob o tapete persa. Por favor, não demore abrir por completa a porta, tenho pressa como pressa tem a dor de mortificar meu corpo calar minha boca. Será por pouco tempo. Amanhã é primavera. Hei de te compensar com flores frescas do campo. Mas por favor, abra a porta! Não me faça esperar pelo momento futuro, ele é um arquipélago longínquo, está depois do mar, está depois das minhas forças de continuar boiando. Não demore! Possa ser que eu afogue e aí nem mesmo uma massagem no peito seguida de uma respiração boca a boca será suficiente para me trazer de volta à vida! Mas se me prometeres um beijo, deixe-me aqui... Quem sabe eu morra com a boca colada à sua – esta seria a mais feliz das horas dentro da triste hora de um adeus sem fim!"

Lavinsk Vetter

lilu
Enviado por lilu em 05/01/2009
Reeditado em 20/01/2009
Código do texto: T1368747