Vedado

Sei que me esperas

Em vão...

Porque aquilo que quero de ti ainda não inventaram o nome!

Tolamente pensas que será eterno

Aprendi a ser livre: como nunca, como sempre!

Plastifiquei seu significante

Esqueci seu significado

E por mais noites que me cortem os pulsos as dores

Sua lembrança é ponto

é vírgula

são aspas, duplas...

E na camada fina que ainda cobre minhas palavras

Fica proibida a tua presença

Sem som, sem morfo, sem escrita, sem sentido...

Só claridade e escuridão

Na duradoura contradição

Entre o ódio e a adoração

Entre a origem e a crítica

Entre o que se lê e o que se entende

Entre a palavra exata e a espera dela...

E fim, mas mesmo assim: ainda me restam as letras!