Ode ao ódio

Irei eu afogar-me

Em desespero e dor?

Não

Irei bradar ao Universo que o Odeio

Irei mandar exércitos de fogo

Destruírem as casas de meus inimigos

Chorarei sim...

Mas em nome do desamor tornar-me-ei

Ímpio, atroz, sem lei

Pois sem teu amor, toda tragédia humana

Parece justificável

Meus olhos penetrarão nas almas dos bons

E os corromperei

Eu, e somente eu, serei a causa de sua desgraça

Em nome de meu ódio mais profundo

Criarei rios de sangue, simplesmente,

Para satisfazer meu cinismo

Minha frustração

(sim, eu vos ouço)

Mas para os que dizem

Vos aviso

Também vocês, perecerão

Minha espada a ninguém poupará

Posto que sou motivado

Por beber a água negra do purgatório

Meu ódio e vingança andarão juntos

Implacáveis

Eu Odiarei o Universo com toda força de meu ser

Eu, e somente eu,

Tornarei o mundo um lugar pior

Serei um tumor na alma da humanidade

Que não descansará até definhá-la

Serei um parasita no sangue dos justos

Que não descansará até derrubar o hospedeiro

E depois disto

Odiarei ainda mais

Até que não haja nada

Até que toda a humanidade de meu ser

Tenha se esvaído

Bernhard Schmitz
Enviado por Bernhard Schmitz em 11/04/2006
Reeditado em 18/04/2007
Código do texto: T137151