O Dia “D”

Para nós e para todos,

quanto me espanta

o que quero falar.

Que assanha minha língua

e traz luz em

minha mente.

Preparemo-nos por um mal

sem precedentes.

Aguardemos a hora do juízo,

em marcha constante

estremecendo pernas e sonhos.

Pra cá, estamos

a vislumbrar o crepúsculo

que se incendeia

na sucessão de explosões

das estrelas dos

cavaleiros apocalípticos.

Chove e corre,

serpentina e disforme,

a palavra tão profética.

De meu coração cálido

e esquálido;

vindo em mar e em terra.

Pois cá estou,

dentro do grito desesperado

de uma geração

que sonha mentiras televisionadas

e caga o doce mel

de “fast-foods” multinacionais.

Aterrorizado vou em cada passo,

boteco, puteiro

ou boca de fumo.

Há desabrigado de entorpecente

e há o entorpecente

sentimento de alegria na imagem

correta e na verdade tão falsa.

É por estar louco

e sentir as batidas

de um coração sofredor,

que ando e observo

tudo e todos à minha volta.

Tudo é fácil demais

de se ter quando se

enforca o respirar puro

e verdadeiro em gravatas

burguesas e advogadas.

É mais fácil, pois,

falar de deus,

e de como é bom

obedecer sua palavra

e ser seu servo,

depois de ter servido o

esfomeado, e de tê-lo humilhado

por não ser branco,

ou por não ter dentes.

É fato que há,

hoje, uma guerra em mim.

Sobre o que escreverei

ou direcionarei minha

crítica e pensamento?

Será em métrica pensada,

ou em liberdade ilimitada?

E se falo de algo necessário,

ou engajante,

não sei.

Sei que não sei

como é, nem donde vem.

Sei que é triste,

quase morto.

(Um orgasmo de proporções malignas)

No devaneio ouço vozes,

sussurros do mundo real

e normal que nos escravisa

todos os dias,

seja pela comida,

status,

ou pelo carro do ano que sai todo o ano e só troca as rodas.

Onde vou, em fim de linha (?),

não importa!

Onde estou, que não me vejo? -

Eis que ao cosmo pergunto.

Não há resposta

em este momento.

Sinto-me só, puro

e fiel às minhas dores.

Eis que se faz o fim,

de toda a noite errante

e de toda a vida pulsante,

que deus, satã

e as empresas farmacêuticas

hão de consolidar.

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 08/01/2009
Reeditado em 08/01/2009
Código do texto: T1373696
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.