Quarto escuro

No leito,

o rio,

o manto e o canto.

Que, estreito, enlaça

toda a vida e desgraça

do teu pranto,

onde “pranto” sementes do mal.

A fecundar idéias

na terra infértil de teu ser.

Nascem, crescem.

Nos aquecem na essência

da oblíqua alma negra.

Enraizadas são

tais ervas de perfume

louco e que agrega,

tão bela e vivaz,

a candura de tuas coxas;

doces e tenras.

Pois hoje encerro.

Desterro-te de onde fostes,

e para onde jamais voltarás.

Seremos tanto a vida

como a Morte da falsa inocência

advinda dos pais

e padecida sob as margens do lacrimejar divino.

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 12/01/2009
Código do texto: T1380510
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