Apenas Palavras

Não tenho muito a acrescentar à bagagem que levas

É um erro pensar que o que temos

A dizer seja útil a quem quer que seja,

Por mais sábias que sejam

Tuas palavras soarão a uns como piegas

A outros, como arrogantes...

Guarda tuas palavras, filho meu!

E deixa que tudo se passe em silêncio.

Por que quebrar o equilíbrio do dia?

Por que pensar na ordem imposta?

Aquele que passa ao longe,

Mãos para trás, cruzadas as costas,

Tem para si explicações sobre todos

Os fatos da vida.

Por que haverias tu de Gritar

Acordando quem dorme

Espantando quem medita

Unicamente por pensar que tuas

Conclusões a respeito de certos fatos

Parecem-te tão extraordinariamente

Verdadeiras a ponto de achares que

Todos precisam conhecê-las?

Até mesmo

O ancião que passa absorto ao longe!

Guarda para ti tuas palavras,

Ainda chegará o tempo de

Tu mesmo corrigi-las

Por hora, basta que apenas silencie

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 14/04/2006
Código do texto: T138829
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