[pouco me importa a solidão...]

pouco me importa a solidão de uma Paris de vidro,

recanto dos meus antigos heróis;

e não me interessa o absurdo poder de Nova York,

acima de Deus e acima dos homens;

tão pouco me interessa o misticismo cibernético de uma Tóquio

[espetacular,

ou o sacrossanto monge elefante hindú,

entoando seus mantras gelados.

pois a minha profética jornada, nos cumes do inferno e nas baixadas

[do silêncio

só tinha como meta a solene beleza,

do aquático olhar da mulher.

a mulher de qualquer lugar, desde que seja

um relâmpago diurno,

um tremor fatal,

um maremoto e um vulcão.

esculpindo com sangue

as veias do coração.