EMTIPERDERME

Eu sei o que você faz

conosco.

Eu sei o que você fez

com eles.

Incerto, secreto;

ingênuo, talvez,

por torpores de cervejas.

Ao som surdo

da fumaça,

serpentina como a rede.

No sufoco

de cansaços

por transas indolentes.

Pois, que haja -

dia, venha!

Sem dúvida, ou medo

do passado já ausente.

Não mais nasce, não mais cola

nas encostas da parede.

Porque se te vejo

e calo,

sem rancor ou inverdade,

é porque te amo e quero,

toda a vida, toda parte.

E, assim,

aqui encerro

minhas palavras

e meus ensaios.

Pois já tive

o nunca tido,

que, em se perder,

só vem saudade.

Saiba, então, minha Menina,

que, pra ti, assim eu canto:

Não é desprezo,

nem desdenho.

São palavras que escondo, ferrenho,

por ter medo de perder-te.

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 17/01/2009
Reeditado em 03/03/2009
Código do texto: T1388832
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.