SONHO INTERRUPTO

Alta madrugada...........

Somente a escuridão vagava pelas ruas,

Fechei o livro e fui dormir,

Caí em sono de chumbo......Sonhava muito....

Pura utopia......Ia me casar com Sonia

O padre começava a cerimônia

Badalava o sino.......choro....orações......alegria

Igreja engalanada.....silêncio dos presentes

O padre interrogava e eu ia responder solenemente...

Uma palavra, apenas: SIM

Interrompeu-se o rito.....acordei-me com um grito

Chamaram por meu nome........levantei-me

Triste notícia.....Sonia estava morta

Senti parar meu coração

Corri pra sua residência

Cheguei cansado, já sem resistência

Madrugada....não badalava o sino...

Choro, orações....nada de alegria

O padre abriu o livro de orações,

Perguntei se morreu sorrindo..

Uma palavra, apenas: SIM

Soltei lágrimas.......à tarde fui ao cemitério

Ajudei levar o ataúde...

À noite fui dormir, não pude

Foi melhor assim.......

Podiam me acordar novamente com um grito...

Vivo hoje tristonho

Durmo, porém, NÂO SONHO

Obs: Fisicamente, Sônia não morreu e ainda está viva no meu coração. Esta poeisa nasceu com o rompimento do nosso namoro, quando eu sentí que "meu sonho" tinha sido desfeito. Portanto, a morte imaginada, nada mais foi do que a morte de uma amizade.

Maceió, Sexta-feira da Paixão de 2006

José Arnaldo Lisboa Martins
Enviado por José Arnaldo Lisboa Martins em 14/04/2006
Reeditado em 19/04/2006
Código do texto: T138963