P R I § I O N E I R O
Tento dar sentido e forma
ao mundo com meu pensamento,
quem sabe um rumo
com meu olhar.
Sobrevivo a naufrágios
e explôdo em gélidos estilhaços,
formo minha carapaça,
mas de nada adianta,
às vezes preciso sair dela.
Em algum lugar, alguma coisa está escrita,
entre cálice e talvez água benta,
isso não me importa,
já me sinto cansado.
Sei que nascemos meros plebeus
e morremos coroados,
morremos deteriorados.
Me sinto fantoche de corpo e alma,
preciso me libertar.
Não quero me libertar!
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