Prazer condensado

Sentir tua pele na minha

No exato instante que te desejo...

Deixar que nossos corpos escorreguem alisando-se

Numa dança simples e pura...

Ah...reconhecer no olhar toda loucura

O instinto em nós pulsando

Enquanto no teu corpo entrevejo

Vestígios do mel que sorvo enquanto beijo

Ah...volúpia doida que nos embriaga

Deixando-nos a mercê da vontade

Que desenfreada busca ser saciada

Nas brechas que provoca em toda eternidade

O tempo...sim, o tempo...acomoda-se para nos acolher

Com cerimônia e requintes de antiguidade

Sabendo de antemão, sem desejar esconder

Que o seu preço será o peso da saudade

Nesta dança sem ritmo em que nossos corpos se envolvem

Esfregando-se num frenesi supremo de euforia

bolhas de tensão avolumam-se... explodem

facetando em mil centelhas a mais louca fantasia

multicolorida a nos envolver sem distinção...

Ilude os sentidos, e a nossa razão ludibria

deixando-nos entregues à paixão

que incita o desespero de quem se vivia

Por fim... em definitivo vencidos pelo cansaço

Nos deleitamos até a saciedade...

Lânguidos nossos corpos desfalecidos num terno abraço

Vão aos pouquinhos apoderando-se da realidade

Mal conseguem se recuperar

O ar...parece nos faltar entorpecendo assim o pensamento

Há um vácuo de sentimento a nos rodear

Assolando impunemente nosso deslumbramento

Silencio...alma pulsando em sintonia ao firmamento

Corações palpitando devagar

Pulmões recuperando-se de vez

Corpos modelados compõem bela silhueta em movimento

Harmoniosamente a se enroscar

Reduzindo à materialidade a chama que arde na embriagues

Priscila de Loureiro Coelho

Consultora de Desenvolvimento de Pessoas

Priscila de Loureiro Coelho
Enviado por Priscila de Loureiro Coelho em 10/01/2005
Código do texto: T1395