Ceia

A sopa servida desprende

O aroma das músicas que ouvíamos

A louça calada à espera espia:

A colher serena sobre as iniciais

Bordadas ao branco do guardanapo.

A mesa resiste qual confessionário

Como se abarcasse qualquer agonia

A sopa servida esfria a noite:

À louça pálida um caldo poesia.

Tonho França.

Tonho França
Enviado por Tonho França em 15/04/2006
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