Mudei a direção dos ventos

Cai arrastada a noite,

na ausênia do rei Sol

as estrelas roubam a cena

e recolhem olhares atentos.

São os ventos os culpados

da discórdia.

Ou pelo menos,

metaforizamo-os na esperança

de achar um culpado.

Vento carregados, indezejados,

regados a sangue e má sorte.

Mudei a direção dos ventos,

criei alegorias e máscaras

para esconder-me da brisa constante

dos ventos ruins.

Encontro um espaçinho na fresta

e admiro as estrelas.

Astros endeusados,

sem timidez se oferecem

pra limpar vossas almas.

São as estrelas que permanecem constantemente

a te olhar.

Aquelas mesmas estrelas

que te fizeram lembrar amores, momentos.

São as estrelas que vão te purificar,

como pedaços de luz

dançantes no céu.