Todas as coisas são do mundo

Tudo que é meu devora-me sem me ter

por displicência consciente ou por querer.

Nem me tenho, então não tenho nada!

Todas as coisas são do mundo.

E este mundo não é meu.

Da brisa fria em minha fronte:

provêem todas sementes delirantes

que apesar, de me terem, não são minhas!

Dilúvios brandos colorem o céu:

reféns da auto-vida que se passa

nos tapetes de vitrines intocáveis.

Tudo que se passa lá fora não é meu!

Nem corações que aos prantos choravam,

fingindo ter o que não tinham, por aquilo

que não era seu e que não era de ninguém.

Pois, todas as coisas são do mundo.

E este mundo é todo seu!

Ferdinando Rodrigues
Enviado por Ferdinando Rodrigues em 29/01/2009
Código do texto: T1411921
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