Um poema qualquer...
Um poema qualquer
que me revele
aos olhos daquele
que me desconhece.
Um poema qualquer
que me interprete
em gestos,
línguas rebeldes,
manifestos.
Um poema para quem
não sabe de mim,
das cismas
ensimesmadas,
das vozes desarticuladas
de enredos,
e credos caóticos.
Um poema gótico,
que me insira
no que antes
era verbo,
que reverbere
em berros destemidos
a ausência de sentido
à existência.
Um poema que perdure
no compasso desse outro
que me espia.
Um poema qualquer
que me conclua.