Náufrago

Hoje acordei em um local diferente, não sei por quanto tempo mais poderei suportar esta angústia, este sofrimento, esta dor. Sinto-me só; estou só e esquecido pelo Tempo e por todos. Até quando viverei assim? Até quando ficarei esquecido e abandonado nesta ilha, na qual se transformou a minha vida?

Responder; não sei. Já parei de contar o tempo, contar as horas, contar os dias, sou um náufrago da vida, um náufrago do destino; um ser abandonado e desesperado, tentando sobreviver das migalhas encontradas pelo caminho.

Olho para o mar a minha volta; tento atravessa-lo, mas sou impedido pela torrente das águas, estou cansado, fraco e não encontro mais forças para lutar.

Esperarei quieto, até que o mar se acalme; e quem sabe assim, uma nau apareça e me resgate, devolvendo assim toda a minha dignidade. Até lá, vou recolhendo as migalhas que me restam nesta ilha deserta, escura e fria na qual se transformou a minha vida.

Jorge Santos
Enviado por Jorge Santos em 20/04/2006
Código do texto: T142139