Seriam...

Seriam as flores

reservatório de cores,

endereço indicado

das bailarinas borboletas

e dos galantes passarinhos,

que por beijá-las

lhes leva o nome?

Seriam os rios,

curvilíneas paragens,

caminhos de água,

que a suprir essa sede

transborda pelas margens?

Seriam as montanhas,

e às vezes os montes,

imponente relevo

que delineia os olhares,

e garante limites

entre céu e a terra?

Seriam por hora os lagos

cacimba gigante,

abastando os reflexos

dessa nuvem caminhante,

que vem e que vai

e depois em chuva se cai?

Seria poesia, esses versos

transversos e oblíquos

quando escrito em negrito,

no papel reciclado,

e negado o declame,

porém pelo poeta premeditado?

...eu creio que sim...

Mas não é o meu crer,

a lhes conferir pertinência,

são o que são

pela sua própria essência!