A Morte

C’o vento frio que sopra

Veio à noite, esperada

Num desespero cético e sombrio

De sons do silêncio carregada...

Para envolver por findo preparada

Veio com braços estendidos

Sem licenças pedir, sem mais nada

Impondo seu grito aturdido

Veio, como se dona fosse da hora

Do último suspiro de um bravo

Que lutado tenha, desde a aurora

Entrega-se à ela, sem um gemido

Ceifando o que pretendido

Carrega-o nos braços c’o afago

Levando p’ra sempre o vencido

Deixando a saudade, o urdido

No colo dos mais amados

A Morte tragou-me um amigo...

(Com muitas saudades do meu amigo Leonardo Marques)

Eder Mag
Enviado por Eder Mag em 20/04/2006
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