Nós dois

As crianças fazem

protestos(,) pela manhã.

Os apitos

soam firme

em ouvidos

que transitam.

O coração se dói

e cala, pára

seco e sem voz.

Pigarros, bingas

e tumores

em minh’alma

já lavada.

Banhada em lágrimas

e no terror de

perder a quem se ama;

verdades míticas

das revoluções

que travamos em cada

batalha do cotidiano.

Carros atropelam sonhos

e motos ensurdecem

as esperanças.

Há ônibus que carregam cabeças

tão cheias de problemas

quanto as de todos.

Todos tolos, insensatos,

que não sabem amar

e não querem ser amados.

O trem me leva

em viagem curta.

Seu som me arrebata

com medos falsos.

De quê me afasto

e por quê? - Não sei dizer.

Sei que não

mais sei o que sou;

confuso e perdido

em teus relatos.

Te espero apenas,

venha de novo!

As crianças

e seus ruídos.

As crianças

e seus problemas;

apenas crianças,

tentando se achar

nas peçonhas mundanas.

Raul Furiatti Moreira
Enviado por Raul Furiatti Moreira em 11/02/2009
Código do texto: T1433790
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