Um minuto
Um minuto de ti para o infinito de mim
Para eu perder o senso, vestir alegorias
Uma vida num filete de esperança
Compartilhada entre o começo e o fim
Um minuto da minha eternidade
Desenhada em fios de alta tensão
Entremeadas de silêncios e sons
Chovendo riscos de risos envergonhados
Um aceno da convivência, enfim
Demarcando meu chão de poesias
Num único minuto de vingança
Nos lábios machucados de carmim
Meu tempo aprisionado nessa saudade
Vira e revira páginas do mesmo chão
Festeja a penumbra dos neons
Num minuto de trilhos revirados