Um conto de Bond

Marilda Mendes

Da enseada, Bond vê o navio

Dizem ser linda a mulher do Comandante

Dali, já imagina o que o espera:

Um homem sórdido, estúpido e arrogante.

A bordo, confirma a informação

O tal é homenzinho não é dos melhores

Se dessem cabo dele, não seria lastimável

E Bond se admira: a mulher é, de fato, adorável.

Excelente mergulhador, Bond se pergunta

Por que se deixa ser maltratada a tal mulher tão graciosa

Por um marido tão vil, detestável, insuportável?

Ser tomada por fútil e idiota, apenas pela vida luxuosa!

Um raro peixe venenoso trazido a bordo

É letal contra a vida do asqueroso homem

Bond encontra-o sem vida, caído na escadaria

O peixe enfiado à boca, a pele roxa e fria

Assustado, não quer ser incriminado

E se questiona quem o teria envenenado

O amigo que fora insultado, a mulher, cansada de apanhar

Age rápido: arrasta o corpo à murada e lança-o ao mar

Lê nos olhos da mulher o crime

Já não suportava as surras, a coitada

Contrato mudo, entendem-se e pensam

Qual será a desculpa esfarrapada

De manhã, os remadores estranham

Por que ainda dorme o Comandante

Bêbado, caiu da murada – acidente lamentável!

Alto mar, segue a viagem, agora mais agradável.

Mari Eme
Enviado por Mari Eme em 12/02/2009
Reeditado em 09/10/2010
Código do texto: T1436291
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