não-ser

os olhos pesam,

a cabeça dói,

e o corpo se arrasta para o abismo que a minha própria mente produziu...

e eis que meus temores regem

a maior vontade do meu não-ser

e eu não devo ser, pois sendo,

eu existiria

e não existo porque não sou...

me afundo no abismo que atravessa

os pensamentos e os almejos

que atravessam essa coisa minha que chamam de vida...

e os olhos pesam, e esta coisa talvez durma

mas não sonha porque o sonho é só digno de seres

e se eu não sou, logo eu coisa não sou digno de sonhos...

Mariana Villa Real
Enviado por Mariana Villa Real em 23/04/2006
Código do texto: T143649
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