Perfume
Desse inerte espaço,
Alucinado teu cheiro divaga
No deserto dessas horas, que não quer cessar.
Se faz pausa, a faz na boca sob o hálito de um desejo profundo,
Semi vulgar.
Que não para de brotar.
É como um pecado apropriado a vontade de pecar.
Se jamais te tivesse;
Se jamais te dissesse...
Não serias jamais motivo de cobiça,
Que atiça essa insanidade antes de eu deitar.
Em meio a tantos desacertos;
Em meio a tantos encontros é o juízo que perde a cabeça
Pela necessidade de te cortejar.
Mulher! Bela como eu nunca vi.
Senhora recorrente da ansiedade,
Loucura sem cidade,
Não permita que eu enlouqueça sem antes te amar.
A idade é certa, bem como a morte do outro lado nos espera,
Mas não há o que se falar, pois que nessa dança,
Mesmo criança não sei como negar.
Vem de onde estiver, não relute a vida,
Mormente o que o futuro quer.
Dei-me as mãos certas,
Porque nessa floresta só as flores sabem diferenciar o caminho,
Do carinho e dos espinhos que levam a nunca mais a vida voltar.