Perfume

Desse inerte espaço,

Alucinado teu cheiro divaga

No deserto dessas horas, que não quer cessar.

Se faz pausa, a faz na boca sob o hálito de um desejo profundo,

Semi vulgar.

Que não para de brotar.

É como um pecado apropriado a vontade de pecar.

Se jamais te tivesse;

Se jamais te dissesse...

Não serias jamais motivo de cobiça,

Que atiça essa insanidade antes de eu deitar.

Em meio a tantos desacertos;

Em meio a tantos encontros é o juízo que perde a cabeça

Pela necessidade de te cortejar.

Mulher! Bela como eu nunca vi.

Senhora recorrente da ansiedade,

Loucura sem cidade,

Não permita que eu enlouqueça sem antes te amar.

A idade é certa, bem como a morte do outro lado nos espera,

Mas não há o que se falar, pois que nessa dança,

Mesmo criança não sei como negar.

Vem de onde estiver, não relute a vida,

Mormente o que o futuro quer.

Dei-me as mãos certas,

Porque nessa floresta só as flores sabem diferenciar o caminho,

Do carinho e dos espinhos que levam a nunca mais a vida voltar.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 13/02/2009
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